Seguindo o que tem sido habito no blogue, hoje vamos de encontro a mais uma pequena entrevista. Desta feita passamos pela taberna e deparamo-nos com o Alfredo ao qual se prontificou quando pedimos para o entrevistar.
Fumando um cigarrito à porta do estabelecimento, e acompanhado pelo Júlio pedimos ao mesmo se seria possível não só dar a entrevista como mostrar-nos como se faz a legendaria "pomada".
Como podem ver a "pomada" é uma simples bebida misturando um Sumol com uma cerveja numa caneca. O Alfredo já serviu tantas que até já as faz com os olhos fechados.
Blogue de Castelões: Boa Tarde Alfredo
Alfredo: Boa Tarde.
BDC: Gostaria em primeiro lugar de agradecer a simpatia com que nos recebeu assim como o tempo para nos atender.
Alfredo: Ora essa, eu é que agradeço.
BDC: Alfredo à quantos anos é que a taberna esta aberta?
Alfredo: A taberna abriu em Novembro de 1967
BDC:Ja agora quem da família é que abriu o estabelecimento?
Alfredo: O meu pai é que abriu a mesma. Como o seu nome era Fernando Cunha logo o povo começou a chamar a mesma a Taberna do Fernandinho, nome que ainda hoje é tipicamente conhecida.
BDC: Qual é a bebida que mais vende?
Alfredo: Bem, a que mais se vendia antigamente era o vinho de lavrador. Com o mudar dos tempos começou-se a vender mais cerveja. De Inverno a aguardente é aquela bebida mais procurada. Mas no geral direi que o vinho ainda é a que mais se vende.
BDC: Para alem das bebidas a taberna também oferece outros artigos?
Alfredo: Sim, antigamente quando o meu pai abriu a taberna ela servia também de mercearia, desde o açúcar ao leite e arroz ate ao remédio dos bichos vendia-se de tudo um pouco. Agora com os novos mercados é difícil competir, mesmo assim quem quiser pilhas, cigarros, laminas de barbear ou ate fósforos pode ainda aqui os encontrar.
BDC: Quais são os clientes mais memoráveis da taberna?
Alferdo: Eu diria todos em geral.
BDC: Mas não à um ou dois que se podem destacar?
Alfredo: Bom, o Choto e o Vilaro eram regulares e os mais conhecidos ate da aldeia. Hoje em dia são todos em geral.
BDC: Como é que surgiram os nomes das bebidas como a pomada ou o canhão?
Alfredo: Os nomes foram a mocidade que os criaram. Eles começaram a chamar as misturas os nomes e com o tempo acabaram por ficar.
BDC: Já agora pode dizer quais os nomes mais tradicionais e as misturas dos mesmos?
Alfredo: O canhão é uma mistura de cerveja com gasosa, a pomada é um Sumol e uma cerveja, outro nome bastante conhecido é o estragado que é um copo de vinho com um pouco de gasosa.
BDC: A Taberna foi sempre mantendo a sua traça original sem no entanto dar azo as modernices com por exemplo uma televisão?
Alfredo: Sim, o meu pai sempre quis que este espaço fosse o mais tradicional possível e agora nos gostaríamos de continuar a tradição. Nunca nos passou pela cabeça em sequer mudar porque perderíamos a nossa identidade.
BDC: Pode-nos citar alguns episódios mais caricatos que passaram aqui pela taberna?
Alfredo: Bom, assim de repente posso dizer que cá dentro o agricultor vai discutindo preços das colheitas, caminhos que podem e devem ser arranjados, fala-se muito em futebol e muitas das vezes as pessoas entoam cantigos que são tradicionais e que de um certo modo avivam e divertem os presentes.
BDC: Alfredo o nosso muito obrigado. Fica a promessa de um dia mais tarde voltar.
Alfredo: Obrigado eu. A porta estará sempre aberta.
Assim damos por finalizada mais uma entrevista, agradecendo mais uma vez ao Alfredo e família Cunha por ter participado no nosso espaço. Esperamos de certa maneira que a tradição da "Taberna do Fernandinho" se mantenha já que espaços como estes já não abundam e em Castelões temos a honra de poder contar ainda com a tradição do "Bom sabor dos velhos tempos".
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