Segunda-feira, 5 de Janeiro de 2009

ENTREVISTA COM O FREDO

 

Seguindo o que tem sido habito no blogue, hoje vamos de encontro a mais uma pequena entrevista. Desta feita passamos pela taberna e deparamo-nos com o Alfredo ao qual se prontificou quando pedimos para o entrevistar.

 

Fumando um cigarrito à porta do estabelecimento, e acompanhado pelo Júlio pedimos ao mesmo se seria possível não só dar a entrevista como mostrar-nos como se faz a legendaria "pomada".

 

 

 

Como podem ver a "pomada" é uma simples bebida misturando um Sumol com uma cerveja numa caneca. O Alfredo já serviu tantas que até já as faz com os olhos fechados.

 

Blogue de Castelões: Boa Tarde Alfredo
Alfredo: Boa Tarde.
 

BDC: Gostaria em primeiro lugar de agradecer a simpatia com que nos recebeu assim como o tempo para nos atender.
Alfredo: Ora essa, eu é que agradeço.

 

BDC: Alfredo à quantos anos é que a taberna esta aberta?

Alfredo: A taberna abriu em Novembro de 1967

BDC:Ja agora quem da família é que abriu o estabelecimento?

Alfredo: O meu pai é que abriu a mesma. Como o seu nome era Fernando Cunha logo o povo começou a chamar a mesma a Taberna do Fernandinho, nome que ainda hoje é tipicamente conhecida.

 

BDC: Qual é a bebida que mais vende?

Alfredo: Bem, a que mais se vendia antigamente era o vinho de lavrador. Com o mudar dos tempos começou-se a vender mais cerveja. De Inverno a aguardente é aquela bebida mais procurada. Mas no geral direi que o vinho ainda é a que mais se vende.

 

 

 

BDC: Para alem das bebidas a taberna também oferece outros artigos?

Alfredo: Sim, antigamente quando o meu pai abriu a taberna ela servia também de mercearia, desde o açúcar ao leite e arroz ate ao remédio dos bichos vendia-se de tudo um pouco. Agora com os novos mercados é difícil competir, mesmo assim quem quiser pilhas, cigarros,  laminas de barbear ou ate fósforos pode ainda aqui os encontrar.

 

BDC: Quais são os clientes mais memoráveis da taberna?

Alferdo: Eu diria todos em geral.

 

BDC: Mas não à um ou dois que se podem destacar?

Alfredo: Bom, o Choto e o Vilaro eram regulares e os mais conhecidos ate da aldeia. Hoje em dia são todos em geral.

 

BDC: Como é que surgiram os nomes das bebidas como a pomada ou o canhão?

Alfredo: Os nomes foram a mocidade que os criaram. Eles começaram a chamar as misturas os nomes e com o tempo acabaram por ficar.

 

BDC: Já agora pode dizer quais os nomes mais tradicionais e as misturas dos mesmos?

Alfredo: O canhão é uma mistura de cerveja com gasosa, a pomada é um Sumol e uma cerveja, outro nome bastante conhecido é o estragado que é um copo de vinho com um pouco de gasosa.

 

BDC: A Taberna foi sempre mantendo a sua traça original sem no entanto dar azo as modernices com por exemplo uma televisão?

Alfredo: Sim, o meu pai sempre quis que este espaço fosse o mais tradicional possível e agora nos gostaríamos de continuar a tradição. Nunca nos passou pela cabeça em sequer mudar porque perderíamos a nossa identidade.

 

 

BDC: Pode-nos citar alguns episódios mais caricatos que passaram aqui pela taberna?

Alfredo: Bom, assim de repente posso dizer que cá dentro o agricultor vai discutindo preços das colheitas, caminhos que podem e devem ser arranjados, fala-se muito em futebol e muitas das vezes as pessoas entoam cantigos que são tradicionais e que de um certo modo avivam e divertem os presentes.

 

BDC: Alfredo o nosso muito obrigado. Fica a promessa de um dia mais tarde voltar.
Alfredo: Obrigado eu. A porta estará sempre aberta. 

 

Assim damos por finalizada mais uma entrevista, agradecendo mais uma vez ao Alfredo e família Cunha por ter participado no nosso espaço. Esperamos de certa maneira que a tradição da "Taberna do Fernandinho" se mantenha já que espaços como estes já não abundam e em Castelões temos a honra de poder contar ainda com a tradição do "Bom sabor dos velhos tempos".

Publicado Por Aldeia de Castelões às 00:36

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2 comentários:
De Abilio Monteiro a 17 de Janeiro de 2009 às 18:23
Ola primo mais uma vez.
Relembrando os nossos momentos na taberna do Alfredo,sabe sempre bem provar a nossa bebida tipica,conhecida so pelos conterraneos de Casteloes o que deixa esta bebida com um sabor especial e tu sabes bem disso.

Um abraço para todos
De Luís da Granginha a 5 de Janeiro de 2009 às 18:31
Acabadinho d'aqui chegar, que contentamento por ver aqui o retrato de CASTELAMUNENSES com pinta!

E uma entrevista «à maneira»!

O ALFREDINHO falou muito bem!
Merece todos os elogios e Parabéns que, se por mais não fosse, até lhe bastaria a frase de impacto e a merecer Primeira Pàgina do New York Times ou do Le Monde!

- """Nunca nos passou pela cabeça em sequer mudar PORQUE PERDERÍAMOS A NOSSA IDENTIDADE!””” -

Ah! Valente! Assim é que é falar!

Viva CASTELÕES!

Luís Fernandes

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