Documentávamos na semana passada a pisada do vinho em Castelões, pois esta semana o lagar é aberto e o vinho vai ir direitinho ao pipo para finalmente fermentar e "assentar" a borra para que no final do mês por altura do São Martinho se prepare a divina hora de abertura do mesmo. Nas fotos que mais uma vez foram gentilmente oferecidas pelo Daniel Lopes podemos ver este momento solene da abertura do lagar com o vinho a correr para a "lagareta" e os cântaros já preparados para transportar o vinho para o pipo.
Para quem não sabe o vinho nesta altura da sua "confecção" (e dizemos isso por ser apenas mais um passo na sua elaboração) tem um sabor distinto e único, porque o vinho tem um sabor muito adocicado do qual os miúdos e graúdos tiram proveito para beberem um pouco. A sua cor está também ainda um pouco indefinida e claro está o vinho está ainda concentrado e "turvo".
Da lagareta para o pipo, é um pequeno mas importante passo, porque como sabemos é neste bidão de madeira que o mesmo toma a sua forma e cor de que nós Tugas tanto gostamos. Em Castelões a tradição persiste e o vinho caseiro é ainda um estandarte e orgulho dos conterrâneos que tanto se orgulham de o apresentar à mesa. Na foto a Isabel dá o exemplo de como esta actividade ainda não morreu e continuará para anos vindouros.
Pois bem o vinho chegou ao ponto em que o "bagaço" assentou no fundo do lagar. Diziam os mais idosos que chegada a esta altura o vinho tinha chegado ao meio e restava apenas "apertar" o restante bagaço para produzir o mesmo conteúdo produzido ate então. Bom como nota pessoal eu diria que isto não passa de um mito, já que por esta altura o vinho que o lagar tinha para dar já esta dentro do pipo e resta agora tentar maximizar o restante. Nas fotos podemos assistir ao inicio da recolha do bagaço para o centro do lagar aonde o mesmo será exposto à "dorna" por meio de barrotes de madeira que serão prensados ao máximo.
Posta esta pirâmide de barrotes chegou a altura de espremer ao máximo o que resta de vinho. Rezam as escrituras de Castelões que o vinho que provem nesta altura do lagar é o melhor. Sendo assim nada melhor que espremer o delicioso néctar da videira e esperar que na lagareta caiam mais uns litros do precioso liquido. Ao final dá-se por terminado mais uma etapa da elaboração dos vinhos artesãos que tanto apreciamos quando alguém nos dedica uma "pota" do mesmo com uma "lasca" de presunto e uma côdea de centeio ao seu lado. Muito obrigado mais uma vez ao Daniel por nos ter deliciado com estas fotos de uma actividade que em Castelões ainda não caiu em declínio.
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